Viagem a 17-19/07 - Peneda-Gerês
Bem antes das férias acabar e para "queimar os últimos cartuchos" um pequeno salto a uma das zonas mais belas de Portugal - Parque Nacional da Peneda Gerês.
O parque situa-se no extremo nordeste do Minho, fazendo fronteira com a Galiza, abrangendo os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (concelho de Montalegre) numa área total de cerca de 72 000 hectares.
Já não é a primeira vez que visito mas desta vez a estadia foi mais a Norte, em Peneda.
As fotos de cima representam o maciço montanhoso da zona da Peneda, á esquerda uma majestosa formação geológica bastante característico da região e ao lado o vale apertado onde se localiza a Peneda. Por baixo e ao lado o rio laboreiro que serpenteava por entre as montanhas.
O caminho para a Peneda revelou-se difícil e tortuoso e apesar do GPS ir sempre indicando o caminho, não foram poucas as vezes que duvidámos do caminho escolhido que pelo que depois chegámos a perceber seria o único.
Primeiro ponto de visita, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda que é uma réplica do Santuário do Bom Jesus de Braga.
O motivo da construção do santuário terá sido a aparição da Senhora da Peneda.
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, tem como data provável de inicio da sua construção, finais do século XVIII, a julgar pela data inscrita na coluna existente ao cimo da escadaria de acesso.
Quanto á lenda propriamente dita, a Senhora da Peneda terá aparecido a cinco de Agosto de 1220, a uma criança que guardava algumas cabras, a Senhora apareceu-lhe sob a forma de uma pomba branca e disse-lhe para pedir aos habitantes da Gavieira, para edificarem naquele lugar uma ermida. A pastorinha contou aos seus pais, mas estes não deram crédito à história.
No dia seguinte quando guardava as cabras no mesmo local, a Senhora voltou a aparecer, mas sob a forma da imagem que hoje existe, e mandou a criança ir ao lugar de Roussas, pedir para trazerem uma mulher entrevada há dezoito anos, de nome, Domingas Gregório, que ao chegar perto da imagem recuperou a saúde.
A visita foi ao final da tarde e naquele vale rapidamente anoitece.
Ficámos no hotel da Peneda (resguardada pelo penedo da Meadinha com mais de 300 mts de altitude) que nasceu em 1940 e que nos últimos anos beneficiou de uma séria remodelação, tendo reaberto recentemente.
A sua localização é de facto estratégica e a arquitectura do hotel tira proveito da beleza do local. De facto a vista do corredor é bastante peculiar (ver foto) e existe uma cascata que vai descendo do cimo e cai por detrás do hotel aproveitado por uma janela, e seguidamente segue por debaixo do hotel reaparecendo de seguida.
No dia seguinte rumámos mais a norte fazendo a primeira paragem em Lamas de Mouro, uma das portas de entrada para o parque e zona bastante aproveitada para turismo.
Realmente a pedra é um dos elementos centrais da região, sendo aproveitada pelo homem para todo o tipo de construções.
Perto de Castro Laboreiro ficam uma série de pontes romanas, algumas um pouco escondidas pela vegetação que tenta reclamar para a natureza as pedras roubadas.
Uma das pontes da zona que salta por cima de um riacho sinuoso. Uma foto igualmente de um pequeno arbusto peculiar que achei na zona, se alguém tiver alguma idéia do que seja que indique.
Rapidamente entramos em Espanha e em Terrachá encontramos a Igreja de Santa Maria A Real erigida a 1739.
Após uma breve passagem por terras de Espanha voltamos a entrar em Portugal através da Portela de Homem, entrando directamente em pleno parque da Peneda-Gerês.
Uma pequena surpresa foi a portagem para entrar no parque a favor do ICN (1,5 euros e vale para o dia), que vai ser feito de Junho a Setembro primeiro a favor da conservação do parque e segundo para desincentivo do uso deste percurso com veículos motorizados (sendo até a paragem proibida por 10km durante a passagem na Mata da Albergaria). De qualquer forma se concordo com o uso (se assim o for) do capital em prol da conservação da natureza, já o facto de ser uma das entradas para Espanha e não haver tantas alternativas na região, talvez já seja um pouco abusivo....
A partir da estrada principal, fizemos um pequeno desvio por estrada de terra bastante em mal estado, embrenhando-nos dentro da Mata da Albergaria (bosque denso e belo representante dos bosques antigos).
Ao longo do caminho vão-se encontrando alguns marcos miliários (romanos). Os miliários eram marcos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (o que corresponde a 1480 metros).
O caminho vai saindo aos poucos da densa mata e já podemos ver a bela albufeira de Vilarinho das Furnas a qual aproveitamos para tomar um belo banho.
Albufeira criada pela barragem existente no local e a sua construção obrigou a desalojar, em 1971, os habitantes da aldeia comunitária de Vilarinho da Furna..
Quando desce o nível das águas, podem ver-se ainda as casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.
Rumámos a Caldas do Gerês, sitio de termas bastante conhecido, aproveitamos para almoço e visitamos o parque das termas e estava a decorrer na altura uma feira romana.
O parque das termas é como que um convite de entrada no Parque Natural, é atravessado pelo rio Gerês, tem um pequeno lago onde se pode andar de barco, uma gruta artificial e está aberto durante a época estival sendo necessário pagar entrada excepto para os hóspedes do Hotel das Águas do Gerês.
Com este parque conseguíram aproveitar a matéria prima local de grande beleza e transformar num jardim romântico e misterioso.
Rumando direito a portela de Homem aproveitamos as cascatas do local para um belo banho em comunhão com a natureza e foi o momento de divertimento do dia.
Rumámos novamente pelo caminho inverso ao do início do dia, fica aqui uma foto de uma das construções mais tipicas da zona, os espigueiros de pedra
Também chamados de caniços ou canastro, os espigueiros são estruturas de pedra que têm como função a secagem do milho. Através da elevação do solo com recurso a colunas de pedra, permite-se o afastamento do mesmo aos roedores. São usadas fissuras laterais para permitir a circulação do ar.
Uma das pontes referido anteriormente, esta em Castro Laboreiro.
Uma foto que deixo aqui para mostrar a beleza da zona povoada por riachos que serpenteiam por entre rochas e vegetação.
No dia seguinte uma pequena aventura ao raiar do dia, uma subida ao penedo e aproveitar para ver as origens da cascata .
A cascata tem origem na barragem que existe por trás do penedo, conhecida localmente como “o pântano” (e tive de concordar com o que vi), e que antes fornecia electricidade à Peneda do Gerês.
A subida iniciou-se por detrás do Santuário de Nossa Senhora da Peneda já a 700mts de altitude e terminou nos generosos 1000mts de altitude (ufa!).
A visita terminou por aqui e rumámos de volta a casa (com um adeus ás férias...)
O parque situa-se no extremo nordeste do Minho, fazendo fronteira com a Galiza, abrangendo os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (concelho de Montalegre) numa área total de cerca de 72 000 hectares.
Já não é a primeira vez que visito mas desta vez a estadia foi mais a Norte, em Peneda.
As fotos de cima representam o maciço montanhoso da zona da Peneda, á esquerda uma majestosa formação geológica bastante característico da região e ao lado o vale apertado onde se localiza a Peneda. Por baixo e ao lado o rio laboreiro que serpenteava por entre as montanhas.
O caminho para a Peneda revelou-se difícil e tortuoso e apesar do GPS ir sempre indicando o caminho, não foram poucas as vezes que duvidámos do caminho escolhido que pelo que depois chegámos a perceber seria o único.
Primeiro ponto de visita, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda que é uma réplica do Santuário do Bom Jesus de Braga.
O motivo da construção do santuário terá sido a aparição da Senhora da Peneda.
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, tem como data provável de inicio da sua construção, finais do século XVIII, a julgar pela data inscrita na coluna existente ao cimo da escadaria de acesso.
Quanto á lenda propriamente dita, a Senhora da Peneda terá aparecido a cinco de Agosto de 1220, a uma criança que guardava algumas cabras, a Senhora apareceu-lhe sob a forma de uma pomba branca e disse-lhe para pedir aos habitantes da Gavieira, para edificarem naquele lugar uma ermida. A pastorinha contou aos seus pais, mas estes não deram crédito à história.
No dia seguinte quando guardava as cabras no mesmo local, a Senhora voltou a aparecer, mas sob a forma da imagem que hoje existe, e mandou a criança ir ao lugar de Roussas, pedir para trazerem uma mulher entrevada há dezoito anos, de nome, Domingas Gregório, que ao chegar perto da imagem recuperou a saúde.
A visita foi ao final da tarde e naquele vale rapidamente anoitece.
Ficámos no hotel da Peneda (resguardada pelo penedo da Meadinha com mais de 300 mts de altitude) que nasceu em 1940 e que nos últimos anos beneficiou de uma séria remodelação, tendo reaberto recentemente.
A sua localização é de facto estratégica e a arquitectura do hotel tira proveito da beleza do local. De facto a vista do corredor é bastante peculiar (ver foto) e existe uma cascata que vai descendo do cimo e cai por detrás do hotel aproveitado por uma janela, e seguidamente segue por debaixo do hotel reaparecendo de seguida.
No dia seguinte rumámos mais a norte fazendo a primeira paragem em Lamas de Mouro, uma das portas de entrada para o parque e zona bastante aproveitada para turismo.
Realmente a pedra é um dos elementos centrais da região, sendo aproveitada pelo homem para todo o tipo de construções.
Perto de Castro Laboreiro ficam uma série de pontes romanas, algumas um pouco escondidas pela vegetação que tenta reclamar para a natureza as pedras roubadas.
Uma das pontes da zona que salta por cima de um riacho sinuoso. Uma foto igualmente de um pequeno arbusto peculiar que achei na zona, se alguém tiver alguma idéia do que seja que indique.
Rapidamente entramos em Espanha e em Terrachá encontramos a Igreja de Santa Maria A Real erigida a 1739.
Após uma breve passagem por terras de Espanha voltamos a entrar em Portugal através da Portela de Homem, entrando directamente em pleno parque da Peneda-Gerês.
Uma pequena surpresa foi a portagem para entrar no parque a favor do ICN (1,5 euros e vale para o dia), que vai ser feito de Junho a Setembro primeiro a favor da conservação do parque e segundo para desincentivo do uso deste percurso com veículos motorizados (sendo até a paragem proibida por 10km durante a passagem na Mata da Albergaria). De qualquer forma se concordo com o uso (se assim o for) do capital em prol da conservação da natureza, já o facto de ser uma das entradas para Espanha e não haver tantas alternativas na região, talvez já seja um pouco abusivo....
A partir da estrada principal, fizemos um pequeno desvio por estrada de terra bastante em mal estado, embrenhando-nos dentro da Mata da Albergaria (bosque denso e belo representante dos bosques antigos).
Ao longo do caminho vão-se encontrando alguns marcos miliários (romanos). Os miliários eram marcos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (o que corresponde a 1480 metros).
O caminho vai saindo aos poucos da densa mata e já podemos ver a bela albufeira de Vilarinho das Furnas a qual aproveitamos para tomar um belo banho.
Albufeira criada pela barragem existente no local e a sua construção obrigou a desalojar, em 1971, os habitantes da aldeia comunitária de Vilarinho da Furna..
Quando desce o nível das águas, podem ver-se ainda as casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.
Rumámos a Caldas do Gerês, sitio de termas bastante conhecido, aproveitamos para almoço e visitamos o parque das termas e estava a decorrer na altura uma feira romana.
O parque das termas é como que um convite de entrada no Parque Natural, é atravessado pelo rio Gerês, tem um pequeno lago onde se pode andar de barco, uma gruta artificial e está aberto durante a época estival sendo necessário pagar entrada excepto para os hóspedes do Hotel das Águas do Gerês.
Com este parque conseguíram aproveitar a matéria prima local de grande beleza e transformar num jardim romântico e misterioso.
Rumando direito a portela de Homem aproveitamos as cascatas do local para um belo banho em comunhão com a natureza e foi o momento de divertimento do dia.
Rumámos novamente pelo caminho inverso ao do início do dia, fica aqui uma foto de uma das construções mais tipicas da zona, os espigueiros de pedra
Também chamados de caniços ou canastro, os espigueiros são estruturas de pedra que têm como função a secagem do milho. Através da elevação do solo com recurso a colunas de pedra, permite-se o afastamento do mesmo aos roedores. São usadas fissuras laterais para permitir a circulação do ar.
Uma das pontes referido anteriormente, esta em Castro Laboreiro.
Uma foto que deixo aqui para mostrar a beleza da zona povoada por riachos que serpenteiam por entre rochas e vegetação.
No dia seguinte uma pequena aventura ao raiar do dia, uma subida ao penedo e aproveitar para ver as origens da cascata .
A cascata tem origem na barragem que existe por trás do penedo, conhecida localmente como “o pântano” (e tive de concordar com o que vi), e que antes fornecia electricidade à Peneda do Gerês.
A subida iniciou-se por detrás do Santuário de Nossa Senhora da Peneda já a 700mts de altitude e terminou nos generosos 1000mts de altitude (ufa!).
A visita terminou por aqui e rumámos de volta a casa (com um adeus ás férias...)
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