domingo, abril 15, 2007

Entert. e cultura a 15/04 - FILMES

Últimos filmes vistos:

Casino Royale (2006)














Casino Royale introduz James Bond na sua primeira missão como 007, a qual leva-o a Madagáscar, onde deve espiar um terrorista. Nem tudo corre como planeado e Bond decide investigar, à margem dos Serviços Secretos, para encontrar a restante célula terrorista. Seguindo uma pista nas Bahamas, ele encontra Dimitrios, que está envolvido com Le Chiffre, banqueiro dos terroristas de todo o mundo.No Montenegro, este organiza um jogo de poker sem limite de apostas no Casino Royale. "M" decide enviar Bond para jogar contra ele, mas coloca-o sobre o controlo de Vesper Lynd, uma funcionário do Tesouro. Ao mesmo tempo que a parada sobe durante a maratona de jogo, a relação desconfiada entre ambos dará origem a um atracção mútua, mudando a vida de Bond para sempre.

Com este filme, a série do James Bond volta ao caminho correcto já que como em todas as séries, existia sempre a tendência de colocar os efeitos especiais, as explosões, os tiros, em primeiro plano num ritmo non-stop. É claro que sem aqueles não existe filme do James Bond mas é necessário que o filme se centralize na personagem e tudo o resto seja apenas para glorificar a mesma. Neste novo filme dá-se um passo ainda maior, conta-se o ínicio (tal como fizeram com a série do Batman) adaptado aos dias correntes e James Bond deixa para trás o glamour tipico dos anos 60, mostrando-se como uma personagem humana com sentimentos e falhas como todos nós. É um recomeço bastante positivo.

Kairo - Pulse (2001)














Michi e os colegas de trabalho de uma florista de Tóquio estranham a ausência de contacto por parte de Taguchi (Mizuhashi), de quem esperam a entrega de uma diskette. Michi decide visitá-lo. Ryosuke (Kato), um estudante universitário, liga-se à Internet com algumas dificuldades (o Windows é um verdadeiro quebra-cabeças, como o leitor deverá saber). O seu computador parece querer ligar-se sozinho a um “Quarto Proibido”, onde se vêem pessoas sozinhas, a comportar-se de modo estranho, por vezes com os rostos cobertos por sacos de plástico pretos. “Gostava de conhecer um fantasma?” Intrigada com a situação, Harue (Koyuki), uma estudante com experiência na área, oferece-se para ajudá-lo. Muitas pessoas começam a desaparecer na cidade, bem como em outras partes do Japão. Os suicídios aumentam.

O que acontecia se não houvesse mais espaço no mundo do além? Esta é uma pergunta feita pelo filme realizado por Kiyoshi_Kurosawa, que decide ser mais que um filme de fantasmas, é uma critica poderosa á sociedade corrente baseada na tecnologia que tanto nos pode aproximar, como nos isola socialmente. Isso é revelado através do veiculo usado pelos fantasmas para entrarem no nosso mundo (Internet), é igualmente visto pela forma como neste filme o número de pessoas seja tão baixo apesar do filme ter sido feito num país super populado. Os tons escuros e sem cor do filme revelam a angústia latente do isolamento e o suicídio é visto como uma forma de fuga ao mesmo, não em termos latos, mas na fuga ao sentimento de desespero (na morte não há sentimento).

Pulse, não é um filme para quem apenas pretende ver fantasmas a perseguir personagens e que esteja á espera de grandes planos para sustos, é no entanto enervante, sufocante e assusta pela seriedade e mestria de como se desenrola a história.


300 (2006)













Adaptado a partir da novela gráfica de Frank Miller ("Sin City"), "300" relata a história da Batalha de Termopilas que, no ano 480 a.C., opôs o rei Leónidas e 300 soldados espartanos a Xerxes e o seu enorme exército persa. Face a um inimigo invencível e em desvantagem numérica, os soldados espartanos lutaram até à morte e o seu heroísmo e sacrifício tornaram-se inspiradores para a Grécia que resolve assim enfrentar a Pérsia e lançar as primeiras pedras da democracia.

Tal como em Sin City, esta é uma adaptação visual de uma BD e é a segunda vez que vejo páginas desenhadas se adaptarem tão bem ao grande ecrã. O filme no fundo é uma graphic novel disfarçada de épico militar/histórico. É um enredo fácil de seguir sem mensagens subliminares, sem complexidades latentes (e talvez por isso, tão mal tratado pela critica), numa época de fundamentalistas e tiranos (e talvez seja por isso que exista tanta polémica com este filme). É um filme de guerra histórica tratado como uma fantasia épica pintado em tom de BD (e talvez por tudo o que se disse anteriormente o filme tenha tido tanto sucesso). Para mim, um dos filmes do ano.

Kaidan (1964)













Kaidan é um filme realizado por Kobayashi Masaki e baseia-se em histórias escritas por Lafcadio Hearn em 1904.

The Black Hair . Um samurai pobre abandona a mulher, em busca de uma vida melhor, fama e riqueza. Volta a casar-se, mas não encontra a felicidade e, um dia, decide regressar ao antigo lar.

The Woman of the Snow. Dois lenhadores são fustigados por uma tempestade de neve numa floresta, e refugiam-se numa velha cabana. Mikonichi, o mais jovem, acorda a meio da noite e vê, horrorizado, uma mulher de branco que mata o companheiro, Mosaku, com o seu sopro gelado. A mulher poupa Mikonichi, mas avisa-o que morrerá se contar a alguém o que viu.

Hoichi, the Earless. Hoichi é um monge cego que toca biwa e canta a história da batalha entre os clãs Heike e Genji (Séc. XII). O talento de Hoichi atrái os fantasmas dos Heike que requerem a sua presença continuamente. Os anciões do templo tomam conhecimento do que se passa e decidem intervir, antes que o jovem seja consumido pelo esforço.
I
In a Cup of Tea. Um escritor conta a história de um samurai (Nakamura) que vê um rosto sorridente reflectido na sua chávena. A presença assombra-o e acaba por se revelar fisicamente.

Este filme (conjunto de histórias) é o pai dos filmes de terror oriental em voga hoje em dia, Ring, Ju-On, etc, pode-se ver esse facto através da imagem do fantasma no visual de uma mulher de cabelo negro escorrido, no enredo bem fabricado e não apressado , na seriedade dada ao tema do sobrenatural e na forma como termina cada história. Este filme é efectuado quase em forma de teatro e no fundo é uma obra de arte no seu todo