quinta-feira, junho 21, 2007

Viagem a 06-13/06 - Açores

As férias são o período perfeito para colocar algumas viagens em dia, o bichinho da vontade de conhecer coisas novas e ver novas paisagens trouxe-me a uma viagem aos Açores este ano, complementado assim a visita ás ilhas portuguesas excluindo as Berlengas (a viagem à Madeira foi no ano anterior).

Apesar de já ter estado na ilha Terceira, pouco me lembrava visto ter apenas 5 anos na altura, a viagem iniciou-se portanto nesta ilha, seguindo depois para S. Miguel (desta vez ficaram excluídas as restantes ilhas para não aumentar o orçamento para esta viagem e para não ser demasiado cansativo a saltitar de ilha em ilha).

Portanto 06-09 Na ilha Terceira e 09-13 na ilha de S. Miguel

Alguns factos que consegui apurar sobre os Açores:

- Na ilha Terceira são mais as vacas que os açoreanos (não confirmei se se estende ao restante arquipélago)
- Há mais açoreanos fora dos Açores que nas ilhas
- Meteorológicamente podemos ter as 4 estações no mesmo dia... (cheguei a ter as 4 em 10 minutos, quanto mais em 1 dia).
- Afinal ao invés de 9 ilhas indicaram-me haver 8 ilhas e 1 parque de diversões, que era entretanto a ilha Terceira devido à quantidade de festas que lá acontecem, touradas á corda chegavam à quantidade de 5 por dia.
- As ilhas não estão verdadeiramente preparadas para o turismo, aliás, este ao contrário da Madeira não é a principal fonte de rendimentos, que é entretanto as vacas e seus produtos. Através desta viagem vim a verificar que as infraestruturas não estão em grandes condições, à excepção das poucas vias realmente principais da ilha, todas as restantes estão na sua grande maioria em más condições havendo até estradas de areia mais confortáveis que certas estradas pavimentadas. Os sítios de interesse turístico podiam ser mais bem explorados e publicitados, estando na sua maioria apenas os principais, bastante visíveis (não fechando os olhos ao continente visto ser no fundo um problema geral com este país já que podíamos aproveitar muito melhor as paisagens deslumbrantes do nosso país e a cultura como chamariz . Aos olhos do turismo, só se pensa no Algarve). Difícil é também encontrar um restaurante nos principais pontos turísticos e na sua principal maioria, são Snack-bar com algumas refeições. Um dos dias em que procurávamos um restaurante, 2 deles fechavam nesse dia, outro estava cheio com um grupo e o que encontrámos (que era até bastante bom) foi quase impossível de encontrar valendo um pouco a sorte... Estranhamente é mais fácil arranjar pratos de carne que de peixe (levando em conta que são ilhas). Positivo e bastante é a simpatia das pessoas das Ilhas (especialmente na Terceira) e as paisagens de tirar o fôlego (quando visíveis).

Bem passando à viagem em si:

Após chegada à ilha Terceira, o restante dia foi para conhecer Angra do Heroísmo, património mundial da Unesco, e a primeira compra foram 2 chapéus de chuva. O tempo estava bastante instável e tanto chovia como fazia Sol, a temperatura era um pouco abaixo da do continente.


Fotografia do cais e a Sé



















Câmara Municipal de Angra













Vitrais da Câmara












O segundo dia foi para conhecer o lado Este da ilha, passando junto ao mar e a conhecer as diversas localidades que continham sempre uma igreja, uma casa do Espírito santo e um café devidamente assinalado com uma bandeira da "Olá". Assim foi até à Praia da Vitória onde foi tomado o almoço.

Vista do leito rochoso vulcânico e ao longe o ilhéu das Cabras (ilhéu separado por um canal onde se conta que se escondeu um submarino alemão durante a 2ª guerra mundial). Uma das muitas igrejas.






















Mais fotos da ilha, muita água, tanto á volta da ilha como dentro da mesma.















Praia da Vitória












Após almoço, rumámos para a parte norte da ilha até Biscoitos e aí rumámos para o centro, onde a paisagem faz parecer um país nórdico. Aproveitamos para visitar um fenómeno vulcânico - Algar do Carvão - formação cónica vulcânica oca com cerca de 90 metros de altura que termina numa lagoa de águas límpidas - imperdível. Seguidamente foi feita uma visita à Gruta do Natal (por ter aqui lugar a celebração da missa no dia de Natal), tubo de lava com cerca de 700 metros de comprimento, com diferentes tipos de lava, estalactites e balcões laterais. Indispensável uso de capacete e acreditem que deu jeito. Esta gruta fica mesmo ao lado da lagoa do Negro, o qual devido à intensa neblina baixa tornou completamente invisível já que não se conseguía ver nada 10 passos à frente.

Primeira foto, Algar do Carvão, segunda foto, Gruta do Natal
















Duas pequenas coisas hilariantes que foram notadas neste dia. Na primeira foto fiquei sem saber onde ficava exactamente o prédio referido, apenas verifiquei um pequeno sitio de retirada de areias.





















Terceiro dia, rumamos para o lado Oeste da ilha junto ao oceano, passando por uma maravilhosa reserva florestal densa e húmida (Reserva Florestal de Recreio da Serreta) e tentamos efectuar uma subida à Serra de Sª Bárbara (1021 mts). Juntando o facto do tempo piorar bastante a cada metro que se subia e da estrada ser bastante "insegura", já perto do final da mesma tivemos que desistir por o automóvel abanar com o vento e chuva. Acabamos por ir almoçar no outro ponto extremo da ilha (visto a ilha não ser muito grande), na praia da Vitória, novamente no mesmo restaurante (restaurante Tropical Point). Seguidamente e aproveitando uma abertura do tempo, subimos a Serra do Cume, óptima para ver de cima (545 mts) a "manta de retalhos" do Vale da Achada e os campos de pasto que se estendem pelas colinas. Deslumbra-se ainda a cidade da Praia da Vitória. Rumamos ao final do dia novamente para Angra do Heroísmo para visitar o Monte Brasil (cratera vulcânica que se eleva sobre o lado ocidental da baía com uma óptima vista sobre a cidade). O Monte encontra-se cercado pelo Castelo de S. João Baptista, construído durante a ocupação filipina, cuja muralha é a mais extensa edificada em todo o império espanhol. O Monte Brasil está classificado como paisagem protegida não só pelas suas características naturais e paisagísticas, mas também pela sua importância histórica.

Primeira foto, uma fonte na Reserva Florestal de Recreio da Serreta e segunda uma foto do topo do Monte Brasil
















Uma fotografia característica dos Açores, pasto verde em forma de retalhos e vacas.













Uma foto tirada de cima da Serra do Cume












Quarto dia, viagem de avião para S. Miguel, ida para o hotel e uma pequena passeata a pé pela cidade de Ponta Delgada e a descoberta de uma pequena feira do livro que incluía bastante BD de vários países a preços incrivelmente baixos... Descoberto igualmente que no hotel estava hospedado o elenco da telenovela da TVI, "Ilha dos Amores".






Foto das portas de entrada de Ponta Delgada















Uma foto da cidade

















Quinto dia, visita à parte Este da ilha (bem mais extensa que na Terceira) junto ao mar, e efectuamos uma visita a alguns pontos turísticos dessa zona Este da ilha: Lagoa da Furnas, paisagem esverdeada envolta no cinzento da neblina e na sua margem encontramos zonas de manifestações de vulcanismo activo, onde de várias bocas brotam géiseres de água fervente e lamas medicinais e onde existe uma série de bicas vertendo águas minerais de diversos sabores e temperatura, o que faz das Furnas uma das mais ricas regiões hidrológicas da Europa. Visitado também o Parque Terra Nostra (Vale da Furnas), jardim centenário, que possui uma grande variedade de plantas e árvores exóticas, lagos e riachos com água termal e uma imensa piscina natural de água quente e cor castanha, que adquire esta tonalidade devido à presença do ferro. As águas possuem propriedades terapêuticas, não sendo contudo aconselháveis banhos muito prolongados. Visita à Achada de Nordeste e a uma queda de água impressionante. Visita à fábrica de chá da Gorreana para conhecer e adquirir algum deste famoso chá (na fábrica, ainda se produz chá segundo os ensinamentos dos chineses que, no século XIX, aqui se deslocaram para iniciar os açorianos nos segredos do ofício).


Lagoa da Furnas


















Primeira foto, as furnas, a segunda, piscina natural do Parque Terra Nostra















Parque Terra Nostra


















Quedas de água da Achada de Nordeste


















Fábrica de chá da Gorreana












Sexto dia, visita ao lado Oeste da ilha, junto ao mar, que acabou sendo encurtado pois o dia abriu e o céu azul apareceu, o que se tornou no momento H para visitar a Lagoa das Sete Cidades (e lagoas adjacentes). O restando dia foi assim para visitar este local mágico e único. A Caldeira das Sete Cidades tem 12 km de diâmetro e é a paisagem vulcânica mais impressionante do arquipélago. Nessa caleira encontram-se as 2 lagoas (Verde e Azul). Uma lenda conta a história de uma princesa que se apaixonou por um belo pastor mas o rei já havia planeado para ela um casamento com um príncipe. Quando o rei soube do romance da princesa com o pastor, ordenou o fim do mesmo permitindo apenas um último encontro. Então os namorados sentados á borda da cratera das Sete Cidades derramaram lágrimas infinitas - as lágrimas dos olhos azuis da princesa encheram a lagoa Azul e as lágrimas dos olhos verdes do pastor, a Lagoa Verde. Outras lagoas foram visitadas na região que igualmente mereciam a atenção, a lagoa de Santiago, lagoa do Canário, lagoa do Pau Pique, lagoas das Éguas, igualmente subido o Pico do Carvão, com uma vista sobre as lagoas e sobre uma grande parte da ilha, etc. Imperdível.


As lagoas Verde e Azul













Lagoa de Santiago


















Visão da mesma lagoa mas de um ponto mais elevado.













Lagoa do Paul Pique












Sétimo e último dia, tentativa de visita à Lagoa do Fogo mas a constante neblina baixa só deixou ver uma parte bastante pequena da mesma. Valeu a visita à Caldeira Velha (Ribeira Grande) e aproveitou-se para tomar um banho de águas mornas na piscina natural. Um novo encontro com um casal amigo (já os havíamos encontrado na Lagoa das Furnas) tornou mais agradável o restante dia já que com o tempo que estava não deu para apreciar a Lagoa do fogo, encurtou o banho na caldeira Velha e impediu a visita ao Ilhéu de Vila Franca que é uma pequena ilhota vulcânica 1200 mts do cais, de forma semicircular, com uma abertura por onde o mar penetra livremente na cratera. Fizemos uma uma última visita a uma plantação de ananases em estufa, com prova de licor em Fajã de Baixo.


Lagoa do Fogo (pequena parte visível) e a caldeira Velha.
















Plantações de ananases em estufa